quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A vacinação pneumocócica de rotina impede o carreamento de S. pneumoniae resistente à penicilina

Nova York – Em um estudo com crianças atendidas em sistema ambulatorial, realizado na Grécia, a vacinação de rotina com a vacina conjugada heptavalente pneumocóccica (PCV7) reduz significativamente o carreamento nasofaríngeo do Streptococcus pneumoniae resistente à penicilina.
Em outro estudo, realizado no Canadá, o uso da vacina reduziu a colonização de sorotipos PCV7, mas aumentou o carreamento de sorotipos não–PCV7. Esse efeito foi observado em ambos os grupos de crianças, vacinadas ou não, sugerindo efeitos diretos ou em massa.
Os estudos foram relatados no Pediatric Infectious Disease Journal no volume de junho.
A vacina conjugada heptavalente pneumocóccica tornou-se disponível na Grécia em outubro de 2004. Em janeiro de 2006, foi introduzida no programa nacional de imunização, segundo Dr. George A. Syrogiannopoulos e colaboradores da University of Thessaly, em Larissa.
A equipe do Dr. Syrogiannopoulos avaliou culturas de nasofaringe de 1.829 crianças entre fevereiro de 2005 e maio de 2007. Durante esse período, a porcentagem de crianças que recebeu pelo menos uma dose de PCV7 aumentou de 13% para 70%.
Em ambos os grupos de crianças, vacinadas ou não, o carreamento de sorotipos PCV7 caíram significativamente durante o período do estudo, não acontecendo o mesmo com sorotipos PCV7 relacionados e não relacionados. O carreamento de sorotipos resistentes à penicilina também caiu, diferente do carreamento dos sorotipos com resistência intermediária à penicilina, que apresentou pouca mudança.
O segundo estudo, conduzido pelo Dr. James D. Kellner, do Alberta Children's Hospital, em Calgary, Canadá, e colaboradores, envolveu a aplicação da vacina em 3.398 crianças de 2003 a 2005. Do total, 20% dos pacientes estavam colonizados com S. pneumoniae. Nos dois grupos, em todas as faixas etárias, a colonização diminuiu nos sorotipos PCV7. Enquanto houve aumento do carreamento de sorotipos 6A, 15C e 11A.
Na análise multivariada, um número de fatores afetou a colonização do S. pneumonia, incluindo idade, episódios de otite média, uso de antibiótico, cuidados diários e o fato de pacientes serem irmãos. Somente a imunização com PCV7 foi relacionada à diminuição do carreamento de sorotipos PCV7 e aumento dos sorotipos não–PCV7.
É desconhecido se a duração dos efeitos da imunidade, direta ou em massa, sobre o PCV7 serão de longo prazo, e se esses efeitos atingirão sorotipos de pneumonia invasiva. Os autores planejam futuros estudos para complementar suas observações.

Nenhum comentário: